Conhece alguém que lava as mãos constantemente, que verifica muitas vezes se as portas ou janelas estão fechadas, que fica bastante perturbada se os seus objetos não estão alinhados ou não estão na posição “correta”? Estes são alguns sinais de alguém que tem a Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Segundo o DSM-5 (2013), a Perturbação Obssesivo-Compulisva (POC) é caracterizada pela presença de obsessões e compulsões. Mas afinal o que são obsessões e compulsões? As obsessões são ideias, pensamentos, impulsos ou imagens estranhos, que invadem constantemente a consciência, sendo sentidos pela pessoa como intrusivos e inapropriados. Quando surgem a pessoa, apesar das tentativas, tem dificuldades em fazê-los desaparecer, provocando um grande desconforto e elevados níveis de ansiedade. As obsessões mais comuns são:
Por outro lado, as compulsões referem-se aos comportamentos ou atos mentais repetitivos e estereotipados, também chamados de rituais que são realizados de forma a evitar ou reduzir os níveis de ansiedade e desconforto provocados pelas obsessões. Estes comportamentos podem ser mais ou menos aceitáveis, mas são vistos como excessivos ou exagerados. As compulsões são o aspeto mais visível desta perturbação. As compulsões mais comuns são:
Como identificar um Perturbação Obsessivo-CompulsivaNa prática a pessoa é invadida por um pensamento obsessivo, que lhe causa um desconforto e mal-estar tão elevado, que se sente impulsionada para realizar algo ou pensar algo que a alivie do desconforto. Mas há uma questão importante, existem várias pessoas que gostam de manter a casa bastante arrumada e limpa, que têm bastante cuidados com a higiene pessoal, que tentam “controlar” bastantes aspetos ao seu redor. Isso não significa necessariamente que tenham POC. Para se realizar este diagnóstico estas obsessões/compulsões ocorrem no mínimo uma hora por dia, provocado bastante sofrimento e interferindo de forma significativa na rotina da pessoa, no funcionamento ocupacional (emprego/escola), nos relacionamento e atividades sociais, sendo uma perturbação bastante limitadora da qualidade de vida. O tipo de obsessões e compulsões também varia de acordo com o contexto cultural, por exemplo, as obsessões relacionadas com a religião têm sido observadas preferencialmente em indivíduos muçulmanos, quando comparados com indivíduos cristãos. No que toca aos cristãos, acredita-se que apresentem mais frequentemente obsessões de ordem, arrumação e preocupações obsessivas de agressão. Estamos a falar de dificuldades, que provocam um sofrimento que é sentido como real na pessoa e interfere diretamente na vida da pessoa. Aqui fica um exemplo bastante frequente de como é o dia-a-dia de uma pessoa com POC, especificamente quando a pessoa tem a intenção de sair de casa e surgem as dúvidas patológicas: Quando sai de casa surge o pensamento “Será que desliguei o gás?”, sendo este tipo de pensamento bastante persistente, a pessoa tem necessidade de realizar uma compulsão de forma a diminuir os níveis de ansiedade que surgem pelo medo de ser responsável por alguma de má que aconteça, como incendiar a casa. Para isso é necessário verificar, o que implica voltar a entrar em casa e verificar se o gás ficou ligado. No entanto, este processo pode acontecer não uma, não duas, mas várias vezes no mesmo momento, em quando volta a sair o pensamento surge novamente e a pessoa torna a ter de repetir a compulsão de verificação. Este é um exemplo, que pode ter consequências do ponto vista profissional, uma vez que o pode impedir de chegar a horas ao trabalho, por exemplo. Dependendo da gravidade a pessoa pode ter mais ou menos capacidade para reconhecer a veracidade das crenças obsessivo-compulsivas. Identifica-se com este tipo de comportamentos? Reconhece estes comportamentos em alguém que conhece, um familiar ou amigo? Dra. Ana Antunes Psicóloga Clínica e Life Coacher
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